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2012 - Livro Vermelho 2013

Inga platyptera Benth. VU

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 10-05-2012

Criterio: B1ab(iii)

Avaliador: Tainan Messina

Revisor: Miguel d'Avila de Moraes

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Inga platyptera apresenta EOO de 9.146,33 km² e está sujeita a menos de cinco situações de ameaça. A espécie é suscetível a alterações nas condições ideais de seu hábitat, decorrentes da urbanização e de queimadas nas áreas de montanha dos Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. No entanto, indica-se a possibilidade de a EOO estar subestimada e estudos direcionados a essa verificação devem ser conduzidos.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Inga platyptera Benth.;

Família: Fabaceae

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Dados populacionais

Espécie rara de dossel (Guedes-Bruni et al., 2008), densidade menor ou igual a um indivíduo por hectare.

Distribuição

Sudeste (Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro) (Garcia; Fernandes, 2012) em áreas montanhosas. Para Pennington et al. (1997) a espécie era conhecida apenas do Rio de Janeiro nas encostas de florestas acima de 1200 m. Extensão de ocorrência está provavelmente subestimada. A distribuição da espécie na base de dados TreeAtlan (2.0) (Oliveira-Filho, 2010) é ca. de quatro vezes maior.

Ecologia

Árvore ca. 10 m alt. e 25 cm diâmetro (Pennington et al., 1997), lenticelados. Flores em outubro e dezembro e frutos em agosto e dezembro (Garcia, 1998).

Ameaças

1.4.3 Tourism/recreation
Incidência local
Severidade high
Detalhes O início do processo de ocupação do Vale do Rio Macaé, RJ, remonta aos anos 1820, quando o projeto de colonização planejada iniciou na fazenda Morro Queimado, atual município de Nova Friburgo. O ciclo de café e cana de açúcar passaram pelo local mas as condições climática não propícias desestimularam a permanência dessa culturas ao longo do século XIX. Passou-se então a desenvolver uma agricultura de subsistência e de base familiar em pequenas e médias propriedades, dedicadas ao feijão, mandioca, hortaliças e em menor quantidade, à criação de animais (Mendes, 2010). As metodologias para aumento da produtividade levaram os produtores a utilizarem defensivos agrícolas que causaram alterações no equilíbrio físico, químico e biológico do solo, aumentando a susceptibilidade das lavouras ao ataque de pragas e doenças, contaminação dos recursos naturais e dos alimentos. Tais danos ambientais reduziram a produtividade das lavouras e obrigaram os agricultores a entrarem num ciclo vicioso de utilização cada vez maior de insumos perigosos ao meio ambiente que diminuem o potencial produtivo do solo. Hoje, devido a beleza paisagística do local, as práticas agrícolas estão cada vez mais sendo substituídos por atividades vinculadas ao turismo, tais como à construção civil, o comércio e prestação de serviços para atenderem as novas demandas da região (Mendes, 2010).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Severidade high
Detalhes Os remanescentes de Mata Atlântica no Estado do Rio de Janeiro, correspondem a 18,38% da área original do bioma no Estado (SOS Mata Atlântica; INPE, 2011).

Ações de conservação

1.2.1.1 International level
Situação: on going
Observações: "Em perigo" (EN) segundo a Lista vermelha IUCN. Avaliada em 1998 pela WCMC (IUCN 2011).

Referências

- OLIVEIRA-FILHO, A.T. TreeAtlan 2.0, Flora arbórea da América do Sul cisandina tropical e subtropical: Um banco de dados envolvendo biogeografia, diversidade e conservação. Universidade Federal de Minas Gerais. Disponivel em: <http://www.icb.ufmg.br/treeatlan/>. Acesso em: 28 fev. 2012.

- GARCIA, F.C.P., FERNANDES, J.M. Inga in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB022803>.

- GARCIA, F.C.P. Relações Sistemáticas e Fitogeografia do Gênero Inga Miller (Leguminosae, Mimosoideae, Ingeae) nas Florestas da Costa Sul e Sudeste do Brasil. Tese doutorado. Rio Claro: Univesidade Estadual Paulista, 1998.

- WORLD CONSERVATION MONITORING CENTRE. Inga platyptera in IUCN Red List of Threatened Species. Version 2011.2, IUCN. IUCN. Disponivel em: <www.iucnredlist.org>. Acesso em: 27 Mar. 2012.

- PENNINGTON, T.D; GANSSON, P.; HANSON, L.; KITE, G.; HARBONE, J. The Genus Inga: Botany. Kew: Royal Botanic Gardens, 1997.

- GUEDES-BRUNI, R. R.; SILVA, A. G. D.; MANTOVANI, W. Rare canopy species in communities within the Atlantic Coastal Forest in Rio de Janeiro State, Brazil. Biodiversity and Conservation, v. 18, n. 2, p. 387-403, 2008.

- MENDES, S. P. Implantação da APA Macaé de Cima (RJ): um confronto entre a função social da propriedade e o direito ao meio ambiente ecologicamente preservado. , 2010.

- FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA; INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS. Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica: Período 2008-2010. 2011. 122 p.

Como citar

CNCFlora. Inga platyptera in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Inga platyptera>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 10/05/2012 - 13:34:54